SONETO DO ANTIFEMINICÍDIO
Sexo frágil. Domina pela força bruta.
Sorriso no rosto; argola adornada no dedo.
Ela dissimula suas dores, cheia de medo.
Se desejo não tem, ele a estupra.
Por incontáveis vezes ele se surpreende.
Nunca lhe ensinaram que ela pudesse pensar.
Que o amor-mulher fosse mais que um desejar.
Na violência a alma feminina se fende.
Por que tomar partido das mulheres?
Afinal, só Maria foi de virgem à santa.
Paciência! Se merecer, ele a espanca.
Covarde! Aprenda a não machucar sua mulher.
Tenha-a, com carinho, como amada companheira.
Por todo dia, com respeito, e pela sua vida inteira.
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