TÊNUES CORDOALHAS
Ah,a inspiração que me abandona na noite...
Mas que na aurora retorna...a pedir-me perdão!
Já nem sei se a aceito, ou se lhe devolvo o açoite...
C'as frouxas cordoalhas deste meu coração!
Sempre lhe dei guarida...e nos meus versos inspirados,
Palpitei minha Ânsia...mesmo na escuridão!
Na insônia da noite que estrangula o meu peito,
Dei a luz aos sonêtos...num ato de compaixão!
Do meu pranto extraí lágrimas de acalanto,
E no entanto essa noite...sempre me torturou...
Apagou-me as estrelas e acendeu desencanto
Já no ocaso da tarde,sempre me esvaeceu;
Depois volta chorando...a pedir o meu canto,
Sem saber que a poesia-aqui em mim-já morreu...