DESEJO (soneto)

O silêncio que brada, desnorteado

No cerrado, que a chorar me vejo,

O peito na dor que sofre, separado

Do outrora, na saudade me protejo.

Não me basta saber do passado,

Se, se amei ou fui amado; desejo

Mais que afeto simples e sagrado,

Quero olhar, laço e um doce beijo.

Ao coração que tolera, só ousadia

Não me acanha: pois maior baixeza

Não há que paixão sem ter o calor;

É a justa ambição que eleva a poesia

Ser poeta sempre e, na sua pureza,

Deixar seus versos cheios de amor.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

20 de setembro, 2018 - Cerrado goiano

Olavobilaquiando

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 20/09/2018
Reeditado em 30/10/2019
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