EITA GRIPE PERVERSA

Apossou-me uma gripe e não me deu mais trégua

Dominou o meu corpo e eu fiquei fragilizado,

E a malfadada fez-me ficar estirado

Ressonando, sem movimentar uma légua.

Tomei remédios, chás... nada me devolvia

O ânimo de outrora, e já estava preocupado.

O que fazer entre o risco de ser curado

E enganar o tempo escrevendo poesia?

Alheio a qualquer resposta, liberto o verso,

Ele ao menos ganha espaço nesse universo,

Meu corpo quer a cura e por remédio clama...

Pronto! A maldita quer ganhar essa partida,

O que fazer, se meu corpo lhe deu guarida?

- Tomo outro comprimido e volto para a cama!