ÁGUAS DO TEMPO

Quando uma mãe pranteia um filho

Tece rendas de águas e de flores

Águas que vazam pelo tempo

Cobrindo chagas, aliviando dores!

Quando uma mãe pranteia um filho

Desmoronam os sonhos de uma vida

Seca o vértice da aurora prometida

No horizonte o fogo apaga, vem neblina!

Quem disse que um dia ficaria

A chorar por aquele que dormia

Toda noite, no seu braço, todo dia!

Colchas d'água envolvem sua alma

E a eternidade mesmo justa não acalma

A saudade que em soluços se deságua!