Marouços - soneto

Remansos escarcéus, como quimeras

Osculam meus pés sofridos, cansados.

Sinto o frescor dos flocos e das nevoas

Frias, a enfeitarem a majestosa manhã.

Deixo meus passos impressos na areia

Para que um dia tenhas uma lembrança

Mesmo que as vagas as beijando, apague.

Serão lembradas eternamente por você.

Meus olhos filtram lembranças que levo

Pelos caminhos aturdidos por aspirações

Imaginárias, apaixonadas e determinadas.

Abrem as portas reservadas com as chaves

Das magoas e das desilusões suportadas

E das zambeiras que ainda vivem, dentro de mim.