FEMINICÍDIO
É que o Amor havia ficado doente
Precisando de tratamento e enfermaria
A felicidade que só se via na fotografia
Agora sofria nas mãos agressivas de um demente.
Pronunciado risco já se antevia
Dado a ira sem nexo e frequente.
Da lua prometida que se erguia no poente
Só restou sua aridez, seu isolamento, sua solidez tão fria.
Agora, quando diminui a distância do predador
Seu corpo estremece, no rosto um rubor
Envolve sua alma feminina de medo.
E, o orgulho nocivo do "macho" ferido
Fareja vingança nada convencido
Da perda da posse, do seu brinquedo.