SACRILÉGIO

 

Cinéreo céu, que a tua dor retém,

Num mar de crises, brutas e indomáveis,

Nos sofrimentos, crus e intermináveis,

E em tom marsala flui e pulsa; advém

 

Das impurezas, d'alma, que convém

Profanar leis, e as artes memoráveis,

No falso 'credo', os atos imputáveis,

Fere a moral, e a tudo contravém.

 

Feridas tais, são chagas do pecado,

Ofensas duras, contra o Pai Eterno.

Ao sacrilégio é vã qualquer desculpa!

 

Arrependei-vos, ou será fadado,

A merecer o fogaréu do inferno...!

"Tua consciência, lembra a tua culpa"!

 

 

 

 

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Magnífica interação do exímio POETA CARIOCA. Grata!

 

A OFENSA

 

Nasce a profanação no mar de ofensas,

Numa onda gigantesca de cardume,

Soldados do sarcasmo no azedume,

Disseminam maldades mui propensas!

 

A manifestação sagrada e intensa,

Exerce o seu poder, o seu perfume,

A vela num salão - um vaga-lume!

Conclama a rezação das recompensas!

 

Triste de quem devasta um bem sagrado,

Pois que, na breve dor, será sangrado,

Experimentações da penitência!

 

E quem com ferro fere, cai chagado,

À fúria do ocultismo despachado,

No claustro da malvada displicência!

 

Aila Brito
Enviado por Aila Brito em 13/09/2018
Reeditado em 02/07/2023
Código do texto: T6447971
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