SONETO DA GRAÇA
No chão árido da Capela
Muitos sobem a Serra
Mesmo não tendo beleza a relva
Os orantes não esquecem a vela.
Na Capela da tarde de céu azul
Onde tem o crucificado nu
Lágrimas que molham o tecido cru
É gente que não tem na alma carinho seco e sim luz.
Mais adiante está o Cristo
Com sua compaixão de Deus límpido
Morto no madeiro a imagem descreve o invicto
É o nosso Deus, Cordeiro, Santo e Belo Justo.
Maria na capelinha é a serva virgem
Olhando a cidade feita uma miragem
É a mais que serviu seu Filho em beata imagem
Para os malvados tal Santa é uma visagem.
Ó como está bonito o céu
Tem nos orantes a cor do mel
Aos fiéis que tem no coração o anseio do Céu.
É muita a precisão de quem tem só a fé
Mas mesmo os sofredores desta cidade ajudam quem menos tem fé
E no Monte das graças se reza ao Cristo à Avé.
Na Serra donde reluz o Cruzeiro
Morada dos passarinhos em visita de santeiros
Está a fé de Redenção ao mais humilde dos rezeiros desde menino. Salve! A fé dos brasileiros.