ADOÇÃO [812]
ADOÇÃO [812]
Muito tenra criança, ali, talvez,
dez meses de existência eu teria,
quando quis proteger-me certa tia,
a mãe definitiva, de uma vez.
Em meu lar, mais menino já nascia
do que qualquer bichano siamês;
solidária, portanto, por um mês,
lá me leva a criar essa titia.
Ao convívio dos pais marquei regresso,
mas em casa o guri não mais se deu
e chorava, a berrar, tal um possesso.
Delicado, meu pai me pôs tareias,
à dele irmã, por fim, me concedeu,
outra mãe circulando-me nas veias.
Fort., 10/09/2018.