SEMENTES DA TERRA

Rio, 24/08/2012.

Estou muito só na multidão:

Pessoas passam e, olhos não há,

Não param pra tomar um chá

Na mesa posta do meu coração.

Estou tão só no deserto de multidão,

Em meio a tantos cactos gigantes,

Pessoas passam sem mente de elefantes,

Pálidas de amor e assim passarão...

Neste imenso mundo de migalhas

Que fazem coleção de tantas tralhas

E ao fim nada disso se pode levar.

A vida é como pó saído das palhas

Que o vento leva pra outro lugar,

Nisso é bom ter tino pra meditar.