FIM MERECIDO

Quando no final da noite arrastado

O meu corpo no arranque derradeiro,

As carnes rijas do peito findado,

Pelas bestas até o cativeiro

Do esquecimento, lá serei deixado.

Os vermes no apetite sorrateiro

Folgando a cada sonho devorado,

Logo o tecido mole por primeiro

E sabendo de mim o amor que tive,

Quanto busquei ser mesmo por um triz

Livre, nas ruas dirão que eu obtive

Fim merecido e cada cicatriz

Ao querer amar, tolo de inclusive,

Pretender ser mais que vivo, feliz.

Renan Ivanildo
Enviado por Renan Ivanildo em 09/09/2018
Reeditado em 12/11/2021
Código do texto: T6443891
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