FIM MERECIDO
Quando no final da noite arrastado
O meu corpo no arranque derradeiro,
As carnes rijas do peito findado,
Pelas bestas até o cativeiro
Do esquecimento, lá serei deixado.
Os vermes no apetite sorrateiro
Folgando a cada sonho devorado,
Logo o tecido mole por primeiro
E sabendo de mim o amor que tive,
Quanto busquei ser mesmo por um triz
Livre, nas ruas dirão que eu obtive
Fim merecido e cada cicatriz
Ao querer amar, tolo de inclusive,
Pretender ser mais que vivo, feliz.