SEM NORTE

Rio, 27/12/2005.

Queria tomar o buril do tempo

Prender o tempo na imaginação

E tirar do tempo seu tempo

E pô-lo na palma da minha mão.

Queria espremer os raios de sol

E filtrá-los por entre os dedos

E tudo isto seria em prol

Da exclusão de todos os medos.

Queria ajuntar as nuvens brancas

Que cobrem meu céu todo azul

E cerrá-las em grandes e fortes odres...

Queria abrir da sabedoria as trancas

E mesmo tomasse a direção sul

Teria só laços fortes e não podres...