NA FRONTEIRA
Para muitos, o nosso inferno diário
É o cenário de um cego que tateia
Lastimando de "barriga cheia"
Sua abundância e o necessário.
Como não reconhecer?! Isto chateia...
O dono desta terra oferece-la como calvário
Prá plantar a cruz de homens sem itinerários
Neste êxodo humano que no mundo campeia.
Hoje, são eles os "intrusos"; uma gente
Em fuga, onde usamos como repelente
Nossa ojeriza, a negação de nosso piso.
Logo mais, na mesma noite que não amanhece
Seremos nós a gritar SOS
Na fronteira entre o inferno e o paraíso.