NA FRONTEIRA

Para muitos, o nosso inferno diário

É o cenário de um cego que tateia

Lastimando de "barriga cheia"

Sua abundância e o necessário.

Como não reconhecer?! Isto chateia...

O dono desta terra oferece-la como calvário

Prá plantar a cruz de homens sem itinerários

Neste êxodo humano que no mundo campeia.

Hoje, são eles os "intrusos"; uma gente

Em fuga, onde usamos como repelente

Nossa ojeriza, a negação de nosso piso.

Logo mais, na mesma noite que não amanhece

Seremos nós a gritar SOS

Na fronteira entre o inferno e o paraíso.

Néo Costa
Enviado por Néo Costa em 01/09/2018
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