UM OLHAR DISTANTE... TÃO PERTO!
Olhava o mar em calmaria, a perder-se no infinito
Sentindo da natureza, o gosto, por tanta quietude!
Mas, por que então, esse vazio a oprimir o peito,
Esse não sei quê, de sabor amargo e esquisito?
Um labirinto de emoções a corroer, se alastrou
Latejando na alma e no cérebro, meio adormecido
Pelo olhar, trazendo vagas recordações na amplitude
Daquele mar à frente, tão distante e tão perfeito!
Breve, a lua surgiria majestosa, a tornar púrpura
As águas calmas, onde meu olhar fixava perdido...
Talvez levasse embora esse vazio loucura,
Do olhar, e não ver, ou ver através, outro momento
Um mar de eras remotas, onde o corpo não chegou,
A alma viajou, e o pensamento abrangiu sedento!