Na esquina...
Sua alma nobre cala, morre atormentada, com um tiro
Seu corpo sem alma cai, na segunda esquina da feira
Seu sangue negro, pulsa vivo a cor do vinho branco
Sua vida humana clama, por justiça e queima sozinha.
Seu grito que silencia, um barulho ensurdecedor
Mais um corpo trocado por um desenho de giz branco
Sirenas alertam, afastam os flash, virou notícia viva
Uma estatísticas, negro, pobre, puta, gay, humano.
Levou um tiro, morreu novo, viveu pouco, tinha que ser
Subiu a favela, a sua mãe chorou, ao ver na tv.
O poeta marginal, o grafiteiro pixador, o rapper cantor.
Chamou de amor, negou o horror, se despiu da vida
Violentado, assassinado, sem ter visto a vida,
Acabou na esquina da vila, mais um lutador...
Edson Junior
29/08/2018