AS INTANGÍVEIS PAIXÕES
Quem pode, Inês, ao peito dominar
Um coração de amor enlouquecido?
Invade nossa mente, põe no olhar
Um brilho incandescente, faz o ouvido
Filtrar ternura em palavras rudes
adoça a dor que arde amargura,
Encanta os jardins, faz da virtude
Escravo e das promessas doces juras.
E eu estou assim desfigurado,
Movido pela agrura das paixões,
Entregue ao destino, condenado
Ao triste calabouço, e tu não vês
Que sofro por alguém que vivo ao lado.
E é por ti que eu sofro, minha Inês.