AS INTANGÍVEIS PAIXÕES

Quem pode, Inês, ao peito dominar

Um coração de amor enlouquecido?

Invade nossa mente, põe no olhar

Um brilho incandescente, faz o ouvido

Filtrar ternura em palavras rudes

adoça a dor que arde amargura,

Encanta os jardins, faz da virtude

Escravo e das promessas doces juras.

E eu estou assim desfigurado,

Movido pela agrura das paixões,

Entregue ao destino, condenado

Ao triste calabouço, e tu não vês

Que sofro por alguém que vivo ao lado.

E é por ti que eu sofro, minha Inês.

Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 27/08/2018
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