PORTO DO CORAÇÃO

Rio, 27/04/2000.

Quando para ver saem em cores,

Com seus olhos molhados, as flores,

Do orvalho que a noite chorou

E o sol, seus beijos ardentes, doou.

Nuvens mancham o azul do céu

E as gaivotas em envolventes ritos

Rumam sem destino, indo ao léu,

Vendo-as, ao longe, inda ouço os gritos.

As vagas debruçam-se sobre a areia

Que calada ouve sua voz sussurrante

De viço em amor de puro amante.

No porto do coração há uma teia

Tecida com fios do Sublime Amo,

Oceano imenso, ao fundo, do Favor.