QUEIMADAS
Eu preciso escrever...fustigar as palavras...
Como um lavrador que aduba o seu chão...
Lançar minha sementes,qual figuras douradas...
Transformar minha terra em aliteração!
Quero só replantar as mudas ressecadas,
Que morreram queimadas neste meu coração!
Aonde o frio da geada só castiga-maltrata,
Pois não há invernada pior que a solidão.
Eu preciso do sol...do calor dos meus sonhos!
Arrancar meus enganos com a força das mãos,
E arar minha terra...queimar ervas daninhas
Florescer rimas minhas! que não sejam em vão.
E depois da florada...repousar descansada...
Desta minha jornada; num jardim de ilusão.