O escritor

Arar e preparar a terra branca;

Jogar nos sulcos a escura semente;

Cuidar, podar, aguar constantemente,

Com a ideia plena e a narrativa franca...

A palavra que brota e que suplanta;

A própria criação surpreendente.

Fertilizar o sonho comovente

E libertar o fruto da garganta.

A seiva da linguagem em seu terreiro;

A arte, a forma o estilo descoberto;

O sentimento maduro e aventureiro.

O alimento da alma já liberto,

O prazer do letrado fazendeiro,

Na colheita dos grãos no livro aberto.

Hélio Cabral Filho
Enviado por Hélio Cabral Filho em 23/08/2018
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