SONETO EM RAPEL
Subi aos picos dos montes mais íngremes!
Toquei todo céu com a tez da emoção,
Por entre a neve de tantos aclives
Eu pude enxergar os tons da solidão.
Também auscultei a flor ribeirinha
Tão pequenininha, frágil a balouçar
Na brisa suave da oculta trilha
Que nenhum montanhista é capaz de enxergar!
Sorvi as gotículas dum orvalho fluindo
Mas de todo absinto pude degustar...
Tropecei nas pedras e sangrei pelo limo
Do tempo que esculpe o destino a zombar.
Depois eu desci as montanhas do mundo!
Onde todo absurdo é mister escalar.