Soneto de uma Manhã
Um fresco vento adentra pela janela
E um suave brilho se fita na parede
Sinto ao longe o raiar da primavera
Um jardim florido, colorido, verde.
O sorriso alegre de alguém que chora
Por escrever versos de trevas e de luz
Um clamor que se esvai por aí sem demora
Um sentimento perdido cravado numa cruz.
A arte brilha neste tempo de dor e de fel
Quer ser eterna, contemplativa, surreais
Traça um desenho esquecido ao léu
Corta na carne, grita pelos cantos infernais
As sombras tênues dessas manhãs doloridas
Germinadas entre flores ausentes, já esquecidas