Soneto para os seus olhos verdes
(...que seja eterno enquanto dure.)
Vinícius de Moraes
Não sei se é um engano
Admirar demais os verdes olhos teus
Perco-me na rota, viro cigano
E nessa viagem sou mais seu que meu
Os olhos teus me curam e causam danos
Dicotomia perniciosa que se sucedeu
Quando me vi preso aos seus poucos anos
E o arcaico em mim simplesmente desfaleceu
Seu olhar é como onda de mar revolto
Que quebra na minha areia
De um jeito um tanto que desenvolto
Seu olhar é feitiço de canto de sereia
Jaz em mim aquele guri antes solto
Agora (não sei até quando) preso na sua teia
(Para uma guria de nome Tamiris)