Soneto para os seus olhos verdes

(...que seja eterno enquanto dure.)

Vinícius de Moraes

Não sei se é um engano

Admirar demais os verdes olhos teus

Perco-me na rota, viro cigano

E nessa viagem sou mais seu que meu

Os olhos teus me curam e causam danos

Dicotomia perniciosa que se sucedeu

Quando me vi preso aos seus poucos anos

E o arcaico em mim simplesmente desfaleceu

Seu olhar é como onda de mar revolto

Que quebra na minha areia

De um jeito um tanto que desenvolto

Seu olhar é feitiço de canto de sereia

Jaz em mim aquele guri antes solto

Agora (não sei até quando) preso na sua teia

(Para uma guria de nome Tamiris)

Vavá Borges
Enviado por Vavá Borges em 15/08/2018
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