ALMA CONSTERNADA [809]

ALMA CONSTERNADA

[809]

Longas noites, hiatos sem saber-te,

uma espera por ti já tão sonhada,

desde os primos raiares da alvorada,

aos extremos limites do querer-te.

Oh, t’espero constante, longe amada,

e me indago, também: Irei perder-te?

Com retardo tão longo, e já não ter-te,

a minha alma se dá por consternada.

Tens motivos reais de te esquivares,

sem do bobo da corte nem saberes?

Pois também velejei por outros mares.

Nossos dias, querida, nós fazemos,

mas, se neles não floram os quereres,

do amor já foi o néctar que perdemos.

Fort., 11/08/2018.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 12/08/2018
Código do texto: T6416623
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