O SAL NAS LETRAS
Tudo salgo e ressalgo
No meu falar contido.
Não sou mero fidalgo,
Sou poeta sentido,
Um profeta que grita,
Que pondera e reflete
A mansidão da brita
Na viga que não flete.
Traço letras, retortas,
Que se fundem na tônica
Desta prisão sem portas.
Tenho vida concreta,
E fujo da dor crônica
Que à morte se decreta.
Salvador, 15/03/2006.