O SAL NAS LETRAS

Tudo salgo e ressalgo

No meu falar contido.

Não sou mero fidalgo,

Sou poeta sentido,

Um profeta que grita,

Que pondera e reflete

A mansidão da brita

Na viga que não flete.

Traço letras, retortas,

Que se fundem na tônica

Desta prisão sem portas.

Tenho vida concreta,

E fujo da dor crônica

Que à morte se decreta.

Salvador, 15/03/2006.

Oswaldo Francisco Martins
Enviado por Oswaldo Francisco Martins em 11/08/2018
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