ENTRE OS DEUSES
Soneto Alexandrino

No trago travo que a solidão invade,
libo a ilusão do consolo amigo
à forma incorpórea da musa que persigo,
de porte e altivez de uma deusa helade.

Nesta inquietação ante a realidade
da vã procura e do amor desiludido
não encontro a alma a se afinar comigo;
descri do amor no auge floral da idade.

Irei em carmes do Parnaso ao Olimpio
sorver a taça da embriaguez do Corinto
no extase da orgia e saraus  helenos...

E entre deuses, tanger heptas cordas da lira
ante o supremo Zeus, lhe acalmar a ira,
adormecendo ufano nos seios de Vênus.