SONETO XXXXXXXXX (O SONETO DA MALDIÇÃO)
O Cristão vai trabalhar na madrugada de Frio
Caíndo a chuva em orvalhos de luz ao Inverno
Chora o pobre homem de fome e solidão, é Dezembro
Não há mais dia, é dor e um vazio cheio de Amor.
Coitado do pobre anjo tão bom nesses Orvalhos
Lhe falta sopa e os olhos são cachoeiras no Inverno
A única canção da cigarra faz brando e humilde Calor
O Cristão é trabalhador e só tem a sua Bíblia e Sonhos.
Neste Dezembro em que lho banha no Norte à cair Neve
O pobre e trabalhador Cristão entra na igrejinha e sente Febre
Lhe falta carinho, lhe falta um abraço do amigo tão Ébrio
Pois, no final da noite à madrugada cantará anjos ao Sol.
Na madrugada onde fadas com sedas no existir deste Frio
No amor de borboletas que dançam no fio ouro ao Lírio
Somos seres de solidão e voamos no poema de soneto Livre
Sou pobre e humilde filho do Ser Santo e névoa Bendito.
Meu amor é fantasia e espera o beijo em Dezembro
O Cristão não conheceu a paixão de rubrus Alentos
Ao cair a ventura, felicidade de Deus na beleza da Branca Neve.
Filhinho não se entregue ao privilégio da vida, Ó teu afã Suicídio...
De mares e lagos azuis sem amigos e sem anjos tão Belicosos
Sou tua neve que caio no verão na varanda de Ser Amoroso.
Pobre dos mendigos da palavra vã, ele pobre e virgem, eu Cristão
Cai chuvas de granizos e tempestades de lágrimas à Decepção
O pobre mendigo na clareira em neblinas cê vê, veio o Sol... Adeus.
Filho, teu sono foi imprevisto, sem dor, sem lágrimas de Shakespeare.