ANUÁRIO
Morrem as vidas despidas em morte
De causas morridas nas vidas perdidas!
Morrem aos montes negadas de sorte
As vidas abortadas, no sangue corridas.
Morrem as vidas de todas as mortes
Erguidas nas trilhas todas corrompidas!
E na esperança sofrida e consorte
Da dor que agoniza no chão sem guarida.
Morre a vida sequer ressuscitada
Morrida na nuvem de tanta drogadição
Morrem as matas, os rios, a alvorada!
Em meio ao abandono da desunião...
Morre o futuro ao léu duma estrada
Do tudo negado a uma grande Nação.
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Soneto que ofereço à tragédia vergonhosa do nosso anuário de segurança pública hj anunciado, um cenário de guerra.