Espreguiçadeira.
Ficava ali parada, tecido que imitava jornal
Deixando ao lado as noticias velhas do amor
Em preto e branco enfeitando a sala vazia
À alegrar momentos de inspiração do poeta.
Junto ao violão sobre a almofada, aguardava
Você chegava, alegrava-se ao ser abraçada
Vinho, olhos apertado, contava seu dia sorrindo
Ficava mas bela, como um quadro de Picasso.
Na varanda, observa a lua, a rua, os loucos
E a preguiça da vida, que passava morosa lá fora
Nada pedias, apenas o seguro porto, leve alèmar
Ele não entendeu e ela partiu, deixando saudade
Resta a espreguiçadeira na sala e seus jornais
E as velhas notícias do amor ao cair da tarde...
Edson Junior
08/08/2018