QUANDO OS SONHOS MORREM
Aqui chegando, vendo dessa altura,
a multidão de sonhos na memória,
que matei, não fizeram a procura
mais fácil ou menor a trajetória.
Foram partes de mim, toda fratura
senti mais leve a carga compulsória,
não sabia que em cada ruptura,
mais a vida tornava transitória.
Fui aos poucos secando meu volume,
o corpo retorcido perdeu forma,
a raquítica imagem me resume...
Caveira, na qual o tempo transforma,
quem esquece dos sonhos e presume
haver outro e morrendo se conforma.