AGOSTO...
Soneto I
Agora a caminhar até seu fim
Caminho em mim levando meus desgostos
Secretos, nos sorrisos em meus rostos
Que seus espelhos fitam-me, enfim...
E nos meus olhos rasos vejo em mim
Reúnem-se nos frios dos agostos
Passados, que sabíamos dispostos,
Invernos colorindo teus jardins...
Tens tantas alegrias quanto dores
Mantém em mil caminhos muitas flores
Begônias, azaleias e os ipês...
Por isso eu afogo minhas mágoas
Nalguns mergulhos feitos em tuas águas
Provando teus sabores lindo mês...
Soneto II
Agosto augusto, frio imperador
O sol por mais distante que esteja
À terra toda brilha, ainda beija
Fazendo amanhecer em teu louvor...
Agosto nos teus dias a compor
Auroras, alvorada quem festeja
Do céu a voz cantando-nos deseja
Dias azuis de paz com muito amor...
E já bem lá no íntimo tu oras
No pequenino doce das amoras
E nos ipês frondosos sobre a terra...
Por ser tu quem devota-te a setembro
Nas terras de estiagens, bem me lembro,
Serás o jardineiro à primavera...
Autor: André Luiz Pinheiro
07/04/2018