FANTASIA

SONETO

FANTASIA

Vejo-te em meus sonhos, constantemente.

Chegas, em meio à escuridão, sozinha.

Deusa, flutuante, com seus cabelos esvoaçantes,

Na frenética sinfonia dos ululantes ventos,

Aninha-te em meu colo, como uma pantera,

Insinuante, roçando teu sinuoso corpo ao meu,

Chamegosa, o seio farto ameaçando o decote,

Deliciosamente, fera, felina, anjo e mulher.

E da mesma forma, na solidão fria de meu leito,

No interregno da lascívia que me esmaga o peito

Esvai-se tua figura encantadora, lentamente,

Fica comigo apenas a vontade de rever-te,

Na configuração dessa fantasia, agora vazia,

De um desejo brutal, ardoroso... e insolente.

Urias Sérgio de Freitas

Urias Sérgio
Enviado por Urias Sérgio em 06/09/2007
Reeditado em 13/05/2018
Código do texto: T640917
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