FANTASIA
SONETO
FANTASIA
Vejo-te em meus sonhos, constantemente.
Chegas, em meio à escuridão, sozinha.
Deusa, flutuante, com seus cabelos esvoaçantes,
Na frenética sinfonia dos ululantes ventos,
Aninha-te em meu colo, como uma pantera,
Insinuante, roçando teu sinuoso corpo ao meu,
Chamegosa, o seio farto ameaçando o decote,
Deliciosamente, fera, felina, anjo e mulher.
E da mesma forma, na solidão fria de meu leito,
No interregno da lascívia que me esmaga o peito
Esvai-se tua figura encantadora, lentamente,
Fica comigo apenas a vontade de rever-te,
Na configuração dessa fantasia, agora vazia,
De um desejo brutal, ardoroso... e insolente.
Urias Sérgio de Freitas