Demônios
Demônios pela mente tomam forma
E vejo quem já fui...como os matei.
Pouco a pouco o espírito transforma,
O vazio extremo como fim serei.
A força vacilante que reforma
O nada se movendo, como sei
Da imagem enganosa que conforma
Mortos sorrindo - mas não sorrirei.
As carnes apodrecem no meu rosto
E quando a mente teima à esperança
Gestar, quem sabe, um sonho recomposto,
Reage a lucidez por segurança
e das entranhas dum útero exposto,
aborta ventre a fora essa criança.