A TRISTURA (soneto)

Iracundo, de má sorte, rubicundo

No cerrado, rabisca dor na escrita

Brada gemidos na secura maldita

Erigindo um cântico corcundo

Imundo, profundo e tão desdita

A mágoa verte gosto moribundo

A cólera vinga no fado furibundo

Poetizando a lágrima anafrodita

E nesse fecundo olhar em febre

Rasga o peito tal caçada lebre

Uivando agrura sem candura

Nas minhas profundezas, pesar

A trava alma no sereno a chorar

E a ventura rimando com tristura

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Início de agosto de 2018 - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 02/08/2018
Reeditado em 30/10/2019
Código do texto: T6407061
Classificação de conteúdo: seguro