Em um sonho o poeta tem visões atormentadas da sua amada vagando no horto dos mortos. Diante da sombra do mistério da morte, clama, inconformado, pela ausência daquela que deixou saudades enfindas.
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Na visão dolorosa em um sonho medonho
vejo-te entre as flébeis casuarinas 
por todo horto nas solidões vespertinas,
aonde a morte conduz um rebanho tristonho.

Na procura entre as cruzes em abandono,
oro pela paz dos mortos e as divinas;
ouço o cantochão em funéreas surdinas
nos alvos vasos de rosas murchas no outono.

Sob os ciprestes que o olhar envereda,
um mármore aprisco entalhado na pedra
vela teu sono com angelical ternura...

A nostalgia invade ninh'alma vazia,
e dependuro a alquebrada e muda lira
sobre a cruz da tua sepultura. 


Soneto alexandrino Petrarquiano