Vida Errante
O sol jaz vermelho num crepúsculo de sangue...
O céu, de tanto sofrer escurece triste, exangue...
É a noite que se aproxima com seu negror de dor...
Escuridão que aterriza no açoite de uma fria brisa...
A tarde já se foi, tarde, após mais um clamor de vida...
No dia a dia em que arde, covarde, a chama de um viver...
No afã do sonho a conquistar, na manhã de um despertar,
No final decepcionante de mais outro frio entardecer...
Mais um dia na morte que se aproxima no horizonte...
Guardemos a moeda para o bom e velho Caronte...
Ou joguemo-la com esperança no sonho da fonte...
Só mesmo a certeza de sonhar o viver me garante,
Já que a cada dia, no viver de cada frio instante,
Grito “não”! Prefiro a ilusão a um viver errante...