Como quem ara solo calcinado
na vã espera de colher a safra,
lavra o poeta na seara escassa
como se a pena lhe fosse arado.
Na terra fértil, grãos multiplicados,
lavor feliz pita elos de fumaça
enquanto lanço o verbo em cova esparsa
no afã dos louros em que a vida é fado
A infausta hiléia nega o ventre à rima,
aborta a semente, obsta, calcina,
Jaz o poeta e a rima encerra;
Leva da vida vida sonhos e utopia,
A glória só virá sob lousa fria
quando o cio da morte adubar a terra.
na vã espera de colher a safra,
lavra o poeta na seara escassa
como se a pena lhe fosse arado.
Na terra fértil, grãos multiplicados,
lavor feliz pita elos de fumaça
enquanto lanço o verbo em cova esparsa
no afã dos louros em que a vida é fado
A infausta hiléia nega o ventre à rima,
aborta a semente, obsta, calcina,
Jaz o poeta e a rima encerra;
Leva da vida vida sonhos e utopia,
A glória só virá sob lousa fria
quando o cio da morte adubar a terra.