SONETO DO SABER VER COM A LUPA
O que há mais entre mim e os surdos dias
se não sei qual acorde ao som se monta?
No obscuro trejeito de um breu conta
as pequenas façanhas tão tardias.
As contas soltas sem fio, fim, frias,
vagam em lumes, dutos sem afronta,
que mal cosem os trechos, vida pronta,
enquanto ela esfarela em teorias.
Nossa vida despela-se vivendo...
Mas no máximo instante de tortura,
tentamos o prever da vida sendo.
Eis que longe, no texto, a escritura,
sagra os recentes n'arte de ser: crendo.
Pois tal lupa antes vê própria cesura.
O que há mais entre mim e os surdos dias
se não sei qual acorde ao som se monta?
No obscuro trejeito de um breu conta
as pequenas façanhas tão tardias.
As contas soltas sem fio, fim, frias,
vagam em lumes, dutos sem afronta,
que mal cosem os trechos, vida pronta,
enquanto ela esfarela em teorias.
Nossa vida despela-se vivendo...
Mas no máximo instante de tortura,
tentamos o prever da vida sendo.
Eis que longe, no texto, a escritura,
sagra os recentes n'arte de ser: crendo.
Pois tal lupa antes vê própria cesura.