QUEM DERA
A jarra vazia, nem água e nem vinho...
Só o eu-sozinho vítima da sede
Na escuridão, olhando essa parede
Sequestrado em dor, por um descaminho.
Só com meus botões, sob o espezinho
Desta angústia amarga, que prendeu-me em rede
Nunca mais me larga, mesmo que enverede
Pela via outra, te lembrar juntinho...
De um lado e pro outro, não sossego, gemo
Ais tão doloridos, barco a perder remo...
Sempre a lamentar por vil abandono...
Amargor tão triste que me rouba o sono...
Quem dera voltasses e chegando mansinho
Meu riso roubasses com o seu carinho...