QUEM DERA

A jarra vazia, nem água e nem vinho...

Só o eu-sozinho vítima da sede

Na escuridão, olhando essa parede

Sequestrado em dor, por um descaminho.

Só com meus botões, sob o espezinho

Desta angústia amarga, que prendeu-me em rede

Nunca mais me larga, mesmo que enverede

Pela via outra, te lembrar juntinho...

De um lado e pro outro, não sossego, gemo

Ais tão doloridos, barco a perder remo...

Sempre a lamentar por vil abandono...

Amargor tão triste que me rouba o sono...

Quem dera voltasses e chegando mansinho

Meu riso roubasses com o seu carinho...

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 25/07/2018
Código do texto: T6399848
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.