A SÉTIMA BESTA

Ela não sai do mar e muito menos do ar

A Besta vil qu´ a cada hora s´ apresenta

Mas, todavia, com a sua face violenta

Rasteja pela Terra, tentando dominar.

Não vive, nem a ninguém viver quer deixar,

Mora entre o bem e o mal numa alma cruenta

Pregando dogmas e valores, mui ciumenta

Das outras Bestas que resistem a aguentar.

Saboreia o poder e controla a riqueza,

Angariada sempre à custa de quem trabalha,

E sentar-se no trono do mundo está na calha

Qual tentacular polvo cheio de malvadeza.

Não há mistério, a não ser para quem é cego

Abdicando lamentavelmente de resistir;

E, assim, tal Besta continua a persistir

Deixando ao pobre Mundo um ignóbil degredo.

Cidadão, que te prezas e tens os pés na terra,

Não queiras para sempre continuar escravo

E, se és possuidor de um coração bravo,

Abre-te para a luta e trava a dura Guerra!

Frassino Machado

In ODISSEIA DA ALMA

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 25/07/2018
Reeditado em 25/07/2018
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