A SÉTIMA BESTA
Ela não sai do mar e muito menos do ar
A Besta vil qu´ a cada hora s´ apresenta
Mas, todavia, com a sua face violenta
Rasteja pela Terra, tentando dominar.
Não vive, nem a ninguém viver quer deixar,
Mora entre o bem e o mal numa alma cruenta
Pregando dogmas e valores, mui ciumenta
Das outras Bestas que resistem a aguentar.
Saboreia o poder e controla a riqueza,
Angariada sempre à custa de quem trabalha,
E sentar-se no trono do mundo está na calha
Qual tentacular polvo cheio de malvadeza.
Não há mistério, a não ser para quem é cego
Abdicando lamentavelmente de resistir;
E, assim, tal Besta continua a persistir
Deixando ao pobre Mundo um ignóbil degredo.
Cidadão, que te prezas e tens os pés na terra,
Não queiras para sempre continuar escravo
E, se és possuidor de um coração bravo,
Abre-te para a luta e trava a dura Guerra!
Frassino Machado
In ODISSEIA DA ALMA