Poema desfigurado
Fiz um poema desfigurado
Que a todos surpreendeu
Como um sonho inacabado
Deformado como o próprio eu
Displicente como um fariseu
Perambulando, desengonçado
Descrente como qualquer ateu
Orando aos Céus, ajoelhado
Não é culpa das estrelas, creiam-me
Da inspiração ou coisa assim
Mas apenas o silêncio e o som
Mesmo se não digo nada, ouçam-me
Escutem, pois não falo de mim
E esse poema ruim, até parece bom