IDENTIDADE EM LINHA RETA
Minh’alma brinca, corre, sorri e salta!
Feliz, no quintal do meu cê-pê-efe.
Distraída, quase esquece a incauta,
junto às mentiras, ali mora um blefe.
Que perante a dor, a esperança exalta.
Faz da covardia, seu carro chefe.
Na falsidade busca sua pauta,
e encontra atalho, ao rumo do tabefe...
Dedos apontam minha vil conduta.
Num mar de exemplos, eu, filho da puta!
À luz do verão, o mundo é meu inverno!
Ao breve carinho, a mão se ergue bruta.
O corpo cala, o coração se enluta...
Em mim, sou Éden. Nos outros, inferno!