THEATRO

Retiro-me de cena, encerra-se a peça.

Cerradas as cortinas, dispo a máscara:

-“ fechem os portões!” e tudo cessa.

Teatro fechado. Temporada encerrada.

Na louca encenação morreram os atores.

Jazem vazias as cadeiras do salão,

nenhum eco permeia os corredores.

Murmúrios fantasmas externam decepção.

Poeira recobre os móveis nos bastidores,

traças regalam-se nos finos tecidos.

Emudece a historia de heróis e horrores.

Assim é a vida, tempos idos, carcomidos...

Nas lembranças perdidas dos amores e suas dores,

nos sonhos desfeitos, no espetáculo falido.