TRINCAS
Há raios que descem sobre a consciência,
Que ofuscam os limites do discernimento
Faíscas tão breves de brilhantes momentos...
Na cicatriz indelével...de eterna pungência!
São trincas na alma, fissuras profundas...
Que vencem a força da longevidade,
Cravejam o tempo qual uma ruga graúda
A sulcar-nos na pele os sinais da saudade...
Feridas abertas que após tanta luta,
Persistem, entretanto, em vão latejar
Lá dentro do peito, em dor absoluta
Não havendo remédio que as possa curar!
Centelhas de amor...que qual um sacrilégio
Condenam ao inferno!- pois só sabem queimar...