AI, Ó SONETO, SONETO
AI, Ó SONETO, SONETO – Frassino Machado
Há mais Soneto pra além dos catorze versos
E mais Poesia pra além do que é soneto
Só não entende quem faz do poema panfleto
Ou usa das palavras com sentires perversos…
As palavras são projectadas do alfabeto,
Os poemas, quais artefactos mui diversos,
Fazem qu´ os poetas sejam sempre controversos
Levando, de per si, a cada alma o seu aspecto.
Catorze versos – há que desmistificar o mito –
Menos ou mais, ele será sempre original
E a poesia, que na estética, é visceral
Jamais há-de perder seu leme e gabarito.
Ai, ó soneto, Soneto, onde está o teu «graal»
Quem faz, por justa causa, dar corpo ao conflito?
Onde está a inspiração, no jeito ou no rito,
Que desvenda a tua imagem consensual?
Ai, ó soneto, Soneto, não caias em teu ocaso
E vai morar co´ as Musas no real Parnaso!
Frassino Machado
In AS MINHAS ANDANÇAS