Soneto III - Aos pés do Amor sagrado eu tremo e caio
Aos pés do Amor sagrado eu tremo e caio
e em suas mãos entrego o coração
onde o ágape, o idílio e a paixão
escondem com sua luz o Sol de maio.
E enquanto, suavemente, ao chão desmaio
mais frágil que uma flor num furacão
ele se abaixa e impondo em mim sua mão
suspira em meu ouvido, ao que eu retraio:
Até que sobre nós o Céu desabe
e caíam as estrelas uma a uma
Deixando a sós o Sol co' a Lua pura
Eu farei com que tua aalma se consuma
d'amores mil até que enfim te acabe
a vida que, teimosa, ainda dura.