SONETO 13

Na rua do Baturité vivia um belo e charmoso Mendigo

Todos sabiam que ele descendia de uma família de Falidos

Ele era fluente em alemão, árabe e inglês, mas era ele Maltrapilho

E todos de Baturité o chamavam de mendigo belo, e desvalido.

Esse galante mendigo adorava diversos e sofridos Cachorros

Seu sonho era ter ao seu lado montões de ferozes Lobos

Pois, era muito difícil se sentir aceito na alcateia de homens Tolos

Pois, um mendigo culto falando árabe era mais um dos tais Loucos.

No Baturité esse mendigo nunca provou de vinhos, queijo e Pão

Tinha ele uma mania de conviver com bandidos de passado o Cão

Nunca ninguém de Baturité estendeu a esse homem simplória Mão

Pois, toda a ajuda à esse mendigo era desperdício de algo tão Vão.

Certa vez apareceu uma moça formosa e de abastada Família

À muito que essa senhorita desfrutava de uma riqueza Repartida

Todos em Baturité tinham pelo passado dela fofoca mui Descabida

Era da nobreza do maciço e também soube o que era ser uma princesa Falida.

O nome desta moça era Samira Al Surah e Almir Ibni era seu Irmão

Esse mendigo passou no frio de Baturité a beleza de ser um Cão

Ninguém gostava da sua mania de grandeza e nele nada era São

Samira que já foi dona do mosteiro dos capuchinhos rezaria Não.

Quando Samira encontrou seu irmão sua alma ficou toda Ferida

Tinha a infelicidade do assassinato dos pais por dívida sina Maldita

Quem em sã mentalidade procuraria seu irmão? Sim, a boa, Samira.

Esse charmoso e fedorento mendigo no Baturité era tido por Almir

Sua loucura pelo jogo e uma irmã sumida o levou ao buraco e Falir

Mas, em Baturité todos com hipocrisia começaram à muito só Rir.

Samira e Almir reinvindicaram na justiça a apropriação do Mosteiro

Transformaram o templo católico numa Mesquita de fiel Sarraceno

Mas, será que ainda em Baturité vai existir delírios poéticos em mim mulato redencionista Afã?

Francesco Acácio
Enviado por Francesco Acácio em 20/07/2018
Reeditado em 20/07/2018
Código do texto: T6394879
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