ROTINA DE UM APAIXONADO
Todas as noites sonho com a minha namorada;
Por causa disso tenho uma noite calma e silente.
Todavia se no mundo onírico não há minha amada
Oh meu Senhor! Que noite perdida! Que deprimente!
Quando o dia amanhece e vou arrumar a minha cama,
Sinto-me feliz em ter um ser encantador que me ama.
Ao varrer minha casa e concomitantemente o terreiro,
Orgulho-me por habitar um amor tão belo e verdadeiro.
Na hora do almoço vejo no meu prato o que meu amor gosta
Gargalho-me por dentro se existe uma comida que ela detesta...
Um dia vou convencê-la a degustar algo que acho tão saboroso.
A blasfêmia de esquecer minha amada pelo trabalho é imposta.
E esconjuro por ter que usar a fórceps uma mordaça tão besta.
Fim do expediente. Volto à vida onde o amor é o bem mais valioso.
O FILHO DA POETISA