A dama
De olhar terno e cansado sorria
E cada traço do seu rosto eram histórias,
Medalhas que coroavam as vitórias
Que, durante a vida, essa dama empreendia.
Dentro do peito o coração batia
Apertado, e as lembranças merencórias
Tornavam insossa, tão vãs todas as glórias
Pelas quais o homem infame combatia.
Num dia sua voz, que soou abafada
Qual flor que pelas mãos sufocada
Degenera, sofre, perde o seu olor,
Cantou, em lágrimas, qual pássaro cativo
Que escapando da gaiola sentia-se mais vivo,
Quando a morte, enfim, sanou-lhe o amargor.