SONETO DA VIDA DE SEU PRÓPRIO TENOR

Eu quis da minha dúvida, a verdade,
de versos inspirados, o concreto,
invadido por sonhos, um decreto
de resgatar na mente a minha idade.

Eu quis desde Coríntios¹, caridade,
assim como o metal treme ao magneto,
assim pudesse no íntimo, o completo,
num resumo enfim feito à claridade.

E quero a Luz e as Graças, sumo Amor,
que as ataduras, saiba dos dilemas²,
como um Sansão as rompa qual trator.

E através do hino orante no furor
cada dilema em lema, tantos temas,
possa o poema cantar como um tenor.


[1] (1 Cor 13, 1-13)
[2] "Não se pode soltar se se desconhece a atadura." - fórmula aristotélica repetida amiúde na Escola Tomista pelo professor Carlos Nougué.